sábado, 15 de outubro de 2011

Chacun son cinéma






Não, não é um post sobre esse maravilhoso filme de 2007 que reúne 33 curtas de aclamados realizadores, mas podia ser. Este post, a pretender ser alguma coisa, é um elogio ao cinema. Até gosto de alguns filmes do Godard - À Bout De Souffle (1960), Le Mépris (1963) ou Pierrot le fou (1965) - e reconheço o seu génio. Mas em 67, vinte anos antes de eu nascer, o senhor teve a triste ideia - que apenas poderia vir de um cérebro tão distinto e arrogante como o seu - de proclamar o fim do cinema em Week EndPara o desmentir, Woody Allen pariu, 10 anos depois, a sua obra-prima Annie Hall. Em 1990, Abbas Kiarostami realizou Close-up. Com ele aprendi a importância do tempo no cinema, a beleza contida na sua quase 'suspensão'. Mas por muito que o admire, o cinema não morreu, como o outro também disse, com ele. 
Esta semana estreou um filme brasileiro de muito bom gosto: No Meu Lugar. O realizador, que também é crítico de cinema, chama-se Eduardo Valente e é a sua estreia em longas-metragens. É raro ver um primeiro filme tão bem tratado. Sobre ele podem ler aqui algumas linhas. 
O meu ponto é o seguinte: o cinema não pára de crescer e de surpreender. Depois de Godard e da Nouvelle Vague terem caído na atrofia que criaram, houve pessoas que evoluíram, pessoas que nasceram e pessoas que se dedicaram a continuar a sua História. Hoje fazem-se filmes tão belos como há 50 anos atrás. Se estamos ou não despertos para o reconhecer, depende do nosso espírito - se é livre ou formatado.


Sem comentários:

Enviar um comentário