sexta-feira, 22 de maio de 2020

Você sabe com quem está falando?

a pergunta surge no livro da Lilia Moritz Schwarcz Sobre o Autoritarismo Brasileiro - uma breve história de cinco séculos, sobre o qual ela falou ao ípsilon há umas semanas.



a frase lembrou-me um episódio passado há uns anos no ginásio clube português, ai não, afinal foi no ginásio de uma muito nobre instituição do nosso querido tugal em que estava eu, outra funcionária e o treinador. nisto desce-me o período e pergunto à colega que ainda não conheço por ser novata se tem um tampão, ao que ela me responde sabe com quem está a falar? nesse dia aprendi que a verticalidade não se perde nem quando estamos agachadas a fazer flexões, desprovidas de indumentárias que nos distingam, e que os anúncios da evax estavam a comunicar tão bem que aquela coisa do sangue azul lhe tinha subido à cabeça. perante tão excelso cartão de visita, só me ocorreu perguntar-lhe não me diga que usa moon cup? hoje desceu-me o período e ao pegar no ípsilon lembrei-me novamente deste episódio tão fairtrade

uns anos mais tarde, vinha a descer a Rua da Politécnica quando senti que me descia o período. entrei na Cister e perguntei se podia ir à casa de banho. depois de confirmar o meu sentimento, encaminhei-me a uma mesa onde várias mulheres conversavam e pedi-lhes um tampão ou um penso e quase todas enfiaram de imediato a mão à mala. saí de lá fina y segura e fui descansada da vida ler o caderno vermelho da rapariga karateka da Ana Pessoa com bonecada do Bernardo P. Carvalho para a Estrela porque às vezes também me dão laivos de realeza. 



a parte do fina y segura é a gozar. fui mas é toda curvada e com uma ganda moínha.

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